Nos últimos anos da vida política das nossas vidas temos vindo a assistir a ocorrências manifestamente interessantes. Há para todos os gostos.
Uma delas tem a ver com uma constante tendência para as empresas de sondagens falharem redondamente nas previsões dos resultados eleitorais, especialmente os da oposição ou no maior partido da oposição.
Parece difícil que em muitos países muitas destas empresas cometam estes mesmos erros a não ser que todas elas tenham sofrido um contágio, tipo ébola, chamado poder.
O que aconteceu há dias nas eleições no Brasil é mais um caso do acima referido e foi mesmo uma surpresa para todos os que lhes prestam alguma atenção.
O candidato Aécio Neves, do PSDB, teve um resultado tão expressivo e surpreendente que lhe abre o caminho para a vitória na segunda volta a disputar com a actual Presidente Dilma Roussef.
Em bom rigor pouco precisa do apoio da candidata surpresa Marina Silva.
Mas o que correu mal? Muitas coisas.
- O Brasil não cresceu nestes últimos anos como devia e poderia. O país está a entrar em recessão técnica este ano.
- O escândalo da Petrobras é apenas o último acontecimento de muitos que ocorreram nos últimos anos e que já no governo anterior proliferavam por todo o lado. Lula não resistiu a concentrar o poder destas empresas no orbita do estado. Se em Portugal temos sindicatos das forças armadas ( ou figuras análogas), isto não é coisa que se estranhe. Lula resistiu a muito pouco.
- Altamente questionável a manutenção de uma inflação alta para manter em alta a taxa de emprego. Pressuposto importante desta política era uma taxa de crescimento respeitável, o que não se verificou.
- A dívida pública cresceu.
- Não foram efectuadas as reformas necessárias para que as pessoas mais pobres tivessem um melhoramento substancial da sua vida.
Com a inflação alta, crescimento muito abaixo do expectável e um déficit externo a crescer, o próximo Presidente da Republica Federativa do Brasil vai receber um dos piores legados dos últimos anos deixados pelo seu antecessor.
Fernando Henrique Cardoso afirma que houve um “rebaixamento da exemplaridade presidencial” com Lula e que Dilma não consegue romper com o legado do seu antecessor, embora queria.
Depois de tudo isto, defender na ONU a negociação com o ISIS é a clara demonstração de um total descontrole do actual governo que caminha num longo pântano de 3 mandatos do PT.
Mas o destino a Deus pertence. E o poder vale tudo.
Fica abaixo um link sobre as eleições da revista Veja, a melhor revista de lingua Portuguesa.
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